Dúvidas e bicicletas
(Carlos Pedala) Para meu pai
Acordo cedo, e me surpreendo
com o pedaço
de lua sorrindo e duas
estrelas. É noite ainda.
Ando devagar, procuro
inexistir no silêncio.
A aurora é azul e rosa. Já a
baía de Guanabara,
da janela, é espelho. Escovo
os dentes, penso
em lavar o banheiro, está
sujo. Na internet, leio sobre medalhas
de ouro. Vencer, sempre vencer.
No VT do jogo de vôlei, as
meninas choram.
De fato, a conquista é
momento mágico.
Hoje é domingo, mais um dia
tranquilo.
Dizem que é dia dos pais,
penso nele.
Por onde andará? Estou com
uma fome.
As eleições se aproximam,
vamos trabalhar.
Cortarei mais algumas
palavras nesse poema
sem rimas, e onde colocarei as
bicicletas?
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