Canto de chuva
(Carlos Pedala)
À noite, a chuva molha em
segredo
Os logradouros e muda em
silêncio o som,
Ou melhor, o barulho dos
pneus dos carros.
Feito o poema de rimas
toantes.
E a luz do dia, ela (a chuva)
se esparrama.
Inundando os lados, as
pessoas, as ciclovias.
Tal qual o lençol de seda a
cobrir a cama,
Tal qual o desejo a possuir o
corpo.
No Parque do Flamengo, vê-se
a ausência
Dos frequentadores, nenhuma
bicicleta
Passeando nas pistas, nenhum
cachorro sem dono.
Mas um pássaro recita num
canto seus versos:
Alegria, encanto ou lamento.
Não importa, qualquer canto é
indiferente
Quando ninguém escuta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário