Bocas
(Carlos Pedala)
Existir tem tantas faces
Que o falar é um desfazer-se
à toa
Leve, na Baía de Guanabara a
gaivota voa
Batendo asa que em mim ecoa
Tais quais as nuvens cheias
de preguiça
Em sintonia, ouço a sinfonia
que nunca destoa
E os carros em seus ritmos
constantes
Percebendo coisas que não
percebia antes
Tal qual a voz que te abençoa
Naqueles beijos que nunca me
destes
Sinto os anjos descidos do
azul celeste
E as bicicletas já não dizem
nada
Pois a única língua que não
me é oca
É a fala das nossas línguas
em tua boca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário