segunda-feira, 12 de novembro de 2012

BOCAS




Bocas
(Carlos Pedala) 

Existir tem tantas faces
Que o falar é um desfazer-se à toa
Leve, na Baía de Guanabara a gaivota voa
Batendo asa que em mim ecoa
Tais quais as nuvens cheias de preguiça

Em sintonia, ouço a sinfonia que nunca destoa
E os carros em seus ritmos constantes
Percebendo coisas que não percebia antes
Tal qual a voz que te abençoa

Naqueles beijos que nunca me destes
Sinto os anjos descidos do azul celeste
E as bicicletas já não dizem nada

Pois a única língua que não me é oca
É a fala das nossas línguas
em tua boca. 

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