sábado, 4 de agosto de 2012

AMESTERDÃ




Amesterdã
(Carlos Pedala)

O correio é fluxo constante,
desaguando feito rio de e-mails.
Muitos e muitos são mensagens
descartáveis, inúteis. Não leio.

Outros são de fato intrigantes.
Contam dos silêncios produzidos
pela ausência de automóveis em
cidade tão distante: Amesterdã

E a azáfama de adesão a lutas vans.
Do tempo e do vento persistentes,
nos sonhos da urbe cidadã.

Ao pedalar a bicicleta nos subúrbios
do Rio, ouço o mesmo som da falta
dos motores explosivos. Escuto a voz
dos calados, declamo poemas mudos. 

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