sexta-feira, 3 de agosto de 2012

OUTRA MANHÃ




Outra manhã
(Carlos Pedala)

Do meio do planeta
o poeta pede que se escreva
sobre fugaz momento.
Talvez, a queima do filamento
da lâmpada acesa no banheiro
ou o instante exato antes do sono.

O pensamento se insinua,
feito inseto dentro de casa.
Não se mostra por inteiro
Sabe-se estar ali
como antigamente as palavras
habitavam a ponta da caneta ou
as entranhas do tinteiro.

O corvo bate à porta? Não, é o dia
adentrando. Andarei de bicicleta. 

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