Insignificante
(Carlos Pedala)
Os automóveis fogem da
madruga
Velozes
As letras formam palavras
Incapazes
E os versos pendurados nas
janelas do Grajaú
Inúteis e hesitantes
Nuvens pesadas sobre o
concreto leve
chuva escorrendo nas paredes
das delegacias do Rio, lisa
Pingando na água onde se pisa
Num instante, ciclistas
parados na marquise
E aquela voz cada vez mais
distante
Revelando-se circunstâncias
E circundantes
dizendo do amor, na periferia: palavra
insignificante
Nenhum comentário:
Postar um comentário