quarta-feira, 30 de abril de 2014

escrito
(Carlos Pedala)

tanta coisa já foi escrita
tanta tinta já foi posta
tanto tempo consumido
sei que  pouco importa
mas algo dentro de mim grita
para abrir a porta
por isso é que todo dia me repito
e repito e repito e repito
é melhor o dito
do que o não dito
e segundo a sabedoria popular
vale é o que está escrito...  

terça-feira, 29 de abril de 2014

me deixe sonhar
(Carlos Pedala)

venho de novo
na frente da tela
pois uma estrela
não quer me deixar
não quer me deixar
dormir nem sonhar
vejo a através da janela
eu que trabalho firme
dia a pós dia, o dia inteiro
não sou aventureiro
tenho contas pra pagar
não fico pensando em dinheiro
quero unicamente dormir
por favor estrela solitária  
vá embora, desapareça
e me deixe sonhar... 
rascunhos
(Carlos Pedala)

tenho essa dor comigo
que não é de hoje
levou a aonde vou
sei que ninguém tem nada a ver com isso
então, deixo a quieta
não é o caso de escondê-la
nem sei de onde ela vem
parece que sempre esteve em mim
é uma tristeza
uma melancolia
que não sai de mim, não sai
(como naquele samba)
eu já estava quase dormindo
lembrei que essa dor rima
com computador
provavelmente
porque não tenha mais rascunhos... 

segunda-feira, 28 de abril de 2014


insignificantes 
(Carlos Pedala)

agora, à noite
tive medo do nada
só as palavras que te tenho
me faltam (como já disseram)
sem sentidos, sem significados, sem coisas
desencabras
inventadas por venturas
minas
potencial de explosão
meus pensamentos meus
que por aí vagueiam sem mim
mendigos de ser eu
mendigos falantes sem freios
rimas, primas, limas
Via-Láctea leito de leite
é a mim que me falta eternamente
mas que de forma destampado o dizer
posto que ser é aquilo que se basta em si
não obstante suas milhões de formas
e não conseguir ser assim completamente...  
BUROCRACIA
(mauro henrique salles)

Tem muito barulho na alma
Tem transações escondidas
Muita sujeira na sala
Muito ruído na vida

Tem muito tédio guardado
Gente com ego doente
Tem ódio mal explicado
Gente que detesta gente

Tem Cláudias, Carlos, Conrados
Tem Guiomar na escada
Tem muitos sóbrios drogados
Tem muita fala pra nada

Tem muitas vozes na lama
Tem gente sem poesia
Eu nunca quis nada disso
Maldita burocracia


domingo, 27 de abril de 2014

tua falta
(Carlos Pedala)

contágio
mar ágio de longe
não te vejo
desejo anjo contigo
sem beijo, pouso
em poesia
mar de areia maresia
sinto seu cheiro
espelho
mar maneiro
num mundo inteiro sem fim
imenso assim esse tamanho
e mais de sete bilhões de pessoas
incompreensivelmente
após tantos e tantos anos
existe tua falta em mim...   
som do samba
(Carlos Pedala) A João Nogueira

o corpo a morte leva
mas Deus mora no céu
e da alma se encarrega
o homem é luz, é treva
flores nascem da terra
ficando tão bonitas
quando se rega
há beijos de néctar
que a alguns se nega
na nevoa de existir
gotículas de chuva
ao tocar o chão
na verdade se evaporam
já a canção do samba
na sua forma de oração
chegando na memória
reverbera, vai ficando
se instala e se demora...






Legado
(Carlos Pedala)

pela manhã
leio um poema
curto
conjugado no verbo
amar
pra que seja assim fácil de proferir
e impossível de contrariar
não importa tanto a rima
desde que em sua sina
traga a palavra amar
(fácil de proferir)
clareando o seu significado no fim
pra antes da brisa o levar
à tarde
fique algo em mim... 

sábado, 26 de abril de 2014

Aparição
(Carlos Pedala)

meu coração
tem opinião
mesmo quando mudo,
palpita
quando você não chega
grita
já quando você vem
o ritmo se modifica
noutra batida
escuto (quase sem querer)
olhar em você... 
Bruna Lombardi
(Carlos Pedala)

teu nome tem rima
de felicidade  
queria te encontrar assim
feita uma rosa
sorrindo pra mim
que teu olhar de lince
um dia me alcance
sem rodeio
embora não te saiba pessoalmente
te vejo desde de sempre e sempre
és um manifesto mitológico da beleza
ser tecnológico
ideal da caverna, pura pureza... 
Bonsai
(Carlos Pedala)

não entendo
mas a arvorezinha está morrendo
ela é bem pequenininha
tratamos e usamos remédios
só sobrevive a erva daninha
ela tem carinho
mas está morrendo
regamos
o verde já está marrom
e ela está morrendo
não entendo
disseram: atenção e amor
são os ingredientes para cultivar as flores
mas a arvorezinha esta morrendo
ao seus pés
só sobrevive a erva daninha... 

sexta-feira, 25 de abril de 2014

surpresa
(Carlos Pedala)

de repente meio que me veio
no meio da tarde
no meio do dia
no meio da noite
algo que não sei
mas não veio a melodia
que tanto esperei
e, talvez, não sei
ainda,
espero,
esperarei...  

quinta-feira, 24 de abril de 2014

O samba não tem hora pra nascer
 (Carlos Pedala) para Genicy

vou fazer um samba pra você
bem devagar pelo Rio de Janeiro
nem que demore a noite inteira
na Lapa, na Vila, no Salgueiro

amor, você precisa saber
o samba não tem hora pra nascer
não tem hora pra nascer
não tem hora pra nascer

você já perdeu as chaves
você já me deixou de fora
nem sente o doce dos meus beijos
agora como vai ser?

quando eu chegar em casa
vou tocar a campainha  
após o dia amanhecer
não ouça a vizinha a maldizer

amor, você precisa saber
o samba não tem hora pra nascer
não têm hora pra nascer
não têm hora pra nascer...

quarta-feira, 23 de abril de 2014

ou apenas pode ser
(Carlos Pedala)

enquanto a folha
é branca
o silencio faz sentido
quando é dito
enquanto nela eu calo
digo que calo
e digo o inaudito que escuto
ou então
pode ser que eu minta
sobre a cor dos seus cabelos
pode ser que eu minta
sobre o mar caber dentro de seus olhos
pode ser apenas o silêncio que escuto
pode ser que eu minta ou não saiba dizer
pode ser que eu minta sobre você
ou invente uma história bonita
sobre o amor infinito
ou apenas pode ser...




São Jorge
(Carlos Pedala)

homem do cavalo branco
primeiro a estar na Lua
Donzela cheia, inteira, nua

homem do cavalo branco
um pouco mais que homem
verdadeiro guerreiro, Santo

protege-nos por todos os lados
deixe cair em nós o seu manto
possibilite o povo seguir em paz

azul, vermelho e branco
cores estampadas em azulejos
afasta de nós todo o mal

permita a fé secar nosso pranto
quando a inevitável dor vier
transforme-a em som de acalanto... 

terça-feira, 22 de abril de 2014

Duração
(Carlos Pedala) à Carlos Drummond de Andrade

li ainda agora
um poema de Drummond
nem achei ruim
nem achei bom
fiquei meio prosa
ora, nem sempre
se acerta
in caso, é a minha opinião
mas ele falava do tempo
que o tempo é
e que a alma se liberta
ou sorri
quando estamos por perto
de deixar de existir...



dando um perdido - samba rock
(Carlos Pedala)

pode ir
depois eu vou
depois eu vou
depois eu vou depois
pois é, depois que você for
eu vou
depois que você for
depois eu vou
depois eu vou
depois eu vou
depois que você se for
eu vou depois, amor
depois eu vou
pra onde você for
depois eu vou
não precisa me esperar
depois que você se for
eu vou
eu vou, sim, amor
pra onde você for
não vai se atrasar
não precisa me esperar
pois, depois que você for
eu vou
eu vou
eu vou
eu vou depois que você for, amor
depois eu vou
depois eu vou
depois eu vou...  

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Estação das Letras
(Carlos Pedala) Para Suzana Vargas

certo dia desci do bonde
na Estação das Letras
lá encontrei:
poetas, escritores, artistas
pessoas com quem convivi
pessoas tão bonitas
pessoas que amam a escrita
nada me fez ser tão feliz
a poesia reviveu
no meu dia a dia
nunca pensei extrair tanta alegria
de uma frase feita
e refeita, letra por letra
assim é a Estação das Letras
um sonho, uma utopia, um grito
uma oportunidade para se reescrever
o que estava ou não estava
escrito...  


no olhar dela
(Carlos Pedala)

o sol sobre seu céu
o sol sobre o seu eu
nem vou dizer assim
de um desejo meu
de aparecer pra mim
dentro de seus olhos
queria me ver assim
fazer desse lindo olhar  
meu espelho, espelho meu
haveria no mundo
ninguém mais feliz
maior do que o tempo
são os seus mistérios
e se o tempo não quis
nos ver assim
não quis...  

domingo, 20 de abril de 2014

dilema
(Carlos Pedala)

o poema que faço
tem que ser pequeno
mínimo espaço
poucas linhas
onde expresso
coisas pequeninas
tipo a alegria de te encontrar
sem compromisso em lugar
de nada precisarmos fazer
além de ser e apenas ser
lá é o silenciar o melhor discurso
que podemos proferir
o dilema é criar no poema
um algo assim...  

sábado, 19 de abril de 2014

Verborragia
(Carlos Pedala)

verborragia
hemorragia do verbo
vinda da cachaça
onde recomeço o que faço
e peço a Deus um passo mais profundo
imundo mundo sujeito me a mim mesmo
no superficial espaço sideral
onde a rima é o imã, a lima
da qual chupo até o bagaço
não nego
nem arrego o traço que sigo
comigo amigo
tudo é mais embaixo
aproveito
e encaixo os Arcos da Lapa
pra você saber
que eu nunca estou sozinho
por mais que possa parecer
trago comigo a rapaziada do Estácio
e em último caso
o que já disseram ser a última Flor do Lácio... 
aqui onde estão os homens
(Carlos Pedala) a Jorge Benjor

aqui onde estão os homens
estão os nomes
os vencedores, os vencidos
os perdedores, os oprimidos

aqui onde estão os homens
estão os nomes dos deuses
estão as medidas de todos os homens
está o tamanho do sol

aqui onde estão os homens
está o silêncio dos convencidos
o grito dos destruídos
a tortura, a escravidão

aqui onde estão os homens
estão todas as músicas
estão todas as crianças
a inocência, a beleza, a decadência

aqui onde estão os homens... 

sexta-feira, 18 de abril de 2014

(Carlos Pedala)

oh, meu Pai do céu
quando eu não mais for
serei de novo o Senhor  
como o meu pai
que já se foi
será de novo eu
e o pai dele eu serei
quando não mais houver
sob esse céu
todas as estrelas serei  
sem o saber que sou
então já sou o que não sei que serei
num dia tão especial
como esse dia tão especial
estarei em todo sorriso que houver
como já estive
então estou
antes de estar
nesse dia tão especial
quando não mais serei
serei tudo o que não sou
além do bem
e bem além do mal...  
não lugar
(Carlos Pedala)

o poema guarda
uma
alguma (alma?)
coisa que é sozinha
inexistente que há  
miolo de pão vulgar
supérflua contradição
espécime de vazio
que preenche
rapidamente  
o inexistente
de outro não lugar...


Delicadeza
(Carlos Pedala)

o poema é o que existe
se existe
senão é coisa mais triste
aquela estaca batente
distante
lá longe
no fundo da alma da gente
é feito de palavras
e mais outras coisas que a gente
não sabe muito bem o que é
é matéria feita de ar
matéria fina
tênue
localizada bem na superfície
que nos alcança
antes mesmo das palavras
nos tocar...





quinta-feira, 17 de abril de 2014

samba sem noção  
(Carlos Pedala) Para Genicy de Araújo Sena

levanta, levanta, levanta
são dez horas da manhã
reage, manhã, irmã, mana
age, manada,  embora
hora, manhã, mana, boiada
a vida não se adia
meio-dia, meia hora
vida bandida, ida
bandido Meia-noite
é hora de ir embora
é hora de ir trabalhar
anta, anta, anta
levanta, levanta, levanta
deita, levanta, deita
eita, eita, marmita, ita
candita, precipita, Pepita
levanta, levanta, bonita
deita, peito, peita
chupa, chupo, chupeta
já levei cachorra pra passear
acordei cedo arrumei o quarto
ato, ato, ato, prometo, brometo
potássio, pro mato, mato
levanta, levanta, levanta
é hora de por pra quebrar
levanta, levanta, levanta
são dez horas da manhã
reage, a vida não se adia
meio-dia, é hora de ir trabalhar
a vizinha já me contou
da mulher do Oscar
aquela vadia fugiu pra orgia
deixou o coitado a chorar
levanta, levanta, levanta
são dez horas da manhã
reage, a vida não se adia
é hora de por pra quebrar...



Samba à francesa
(Carlos Pedala)

Conheci a francesinha
bem faceira, bem maneira
cheia de projetos sociais
boas intenções e mais, e mais...

também era capoeira
andava na favela
andava em Madureira
linda no barco à vela

fotografia era a área dela
à noite ia ao candomblé
e click, click, click
seus guias, suas manias  

certo dia, disse à ela:
acabou-se o dinheiro
o futuro o que seria?
Ela: como é que é?

Sem titubear, deu no pé
também era capoeira
ágil, não deu bobeira
não deu bobeira

saiu à brasileira, à brasileira:
merci beaucoup
je ne sais pas
au revoir, au revoir

saiu à brasileira, à brasileira:
merci beaucoup
je ne sais pas
au revoir, au revoir 

quarta-feira, 16 de abril de 2014

vamos ver
(Carlos Pedala)

gosto de viver assim
na escuridão
mais uma vez sem luz
cortinas fechadas
o que haverá lá fora?
deixe ser
deixe ser, irmão
não, não fique assim
o dia virá novo
o Sol virá novo
vamos ver
vamos ver o novo Sol nascer...


terça-feira, 15 de abril de 2014

promessa de amor
(Carlos Pedala) Para Pedro e Geovana

assim que eu ficar bom
vou te dar esse anjo
tocarei os dedos da tua mão
com meus beijos
livrarei as estrelas escondidas
dentro de teu coração
meus olhos encontrão os seus
lágrimas irão secar
mesmo antes de chegar ao chão
assim que eu ficar bom
prometo te dar esse anjo
tocar os dedos da tua mão
com meus beijos
e quando o dia chegar
e a luz nascer da escuridão
nos encontrará de mãos dadas
entre as estrelas
e milhões e milhões de beijos... 

segunda-feira, 14 de abril de 2014

sem você
(Carlos Pedala)

a falta que você me faz
é assim sem cor
poesia sem amor
moradia que não apraz   

a falta que você me faz
me consome por dentro
buraco negro, pedaço
onde não me reconheço

a falta que você me faz
é imensidão no espaço
sem fim, sem começo
saudade pra nunca mais

a falta que você me faz
deixou mudo o violão
como naquela canção
é trégua de Guerra e Paz

a falta que você me faz
palavra onde tropeço
barbante e embaraço
é onde a felicidade jaz

A falta que você me faz
é essa noite sem solução
o vazio dessa amplidão
não me deixará jamais... 



sexta-feira, 11 de abril de 2014

O grito
(Carlos Pedala)

Escrevo poema assim
cheio de es
onde não há dúvidas
tipo:
eu e você e eu e você e eu e você
indo até o infinito
fácil rima
venha de mim, venha de você, venha bonito
dedos em seus cabelos
dedo em sua boca
e pernas e braços e corpos juntos
um do outro
e se achar que ficou esquisito
é porque você não ouviu
o grito... 

quinta-feira, 10 de abril de 2014

história de família
(Carlos Pedala)

mamãe, no café da manhã, diz que
seu avô era juiz de toda a região
era muito, muito justo, correto na lei
o chique era ter casa em Paris
isso no tempo de Machado de Assis
fazer compras na rua do Ouvidor
o avô dela era meu bisavô
ele desistiu de ser padre a dois meses
da consagração
quando casou, ganhou duas fazendas,
perdeu uma para o Banco do Brasil,
foi o capataz quem arrematou
o capataz quis por que quis casar
com sua tia Conceição
mas o bisavô, disse: - NÃO
talvez fosse melhor ter deixado
a tia Conceição ficou meio perturbada... 

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Aqui por perto
(Carlos Pedala)

não, não sei o porquê das coisas
dos perigos atrás da porta
e, confesso, também tenho medo
dos monstros debaixo da cama
mas vou ficar aqui por perto
de fato, não sei dar as respostas
mas ficarei aqui por perto
não conheço o remédio
nem um bom médico
mas estarei aqui por perto
não poderei repartir essa dor
invocarei os deuses
chamarei todas as forças do universo
e ficaremos aqui por perto
ficarei acordado a noite inteira
para ficar aqui por perto
escutarei as sirenes e os carros na noite
lutarei com o sono
e estarei por aqui... 

terça-feira, 8 de abril de 2014

até o dia amanhecer
(Carlos Pedala) Para Pedro Sena

na madrugada
(quatro e quinze da manhã)
levanto e encontro o filho
insone e aflito
a queima roupa me questiona:
- Pai, por que existo?
Atônito, procuro ouvir as estrelas
- que não vejo –
nada escuto
assim, permanecemos em silêncio
juntos
até o dia amanhecer... 

segunda-feira, 7 de abril de 2014

outra manhã
(Carlos Pedala) Para José Wilker

só deixou amor
muito amor
nada mais deixou
talvez logo a saudade
e agora José?
onde haverás depois do fim?
outra manhã chegou
e não estavas por aqui
por onde andarás
em que palco brilhará tua estrela
por que nos deixou
sem ouvir os aplausos
bye bye Brasil
bye bye José
e até...


domingo, 6 de abril de 2014

em sendo
(Carlos Pedala)

estou cá num poema
num poema de não-ser
tímido, medroso de ser
em seu ridículo de ser
(como se o não-ser, não o fosse)
poema, por favor, me deixe
seja ridículo, seja lá o que for
seja em seu caminho de só ser
não tenha medo de só ser
seja feio, seja mal escrito
seja muito bem fraquinho
mas saia logo daqui
saiba apenas que você
nunca será sozinho...


sábado, 5 de abril de 2014

Desejo
(Carlos Pedala)

fosse tua fala em mim  
fosse tua pressa em mim
fosse tua cara assim
a boca em tua face
a língua em tua face
que o mundo fosse assim
e que tudo fosse
com a força das coisas que são
fosse voo, fosse breve
fosse vão
sendo o nunca que fosse
parte das coisas que acontecem...