sexta-feira, 31 de maio de 2013

BALÕES

Balões
(Carlos Pedala)

O frio entra na janela
Lembra a Cidade de Petrópolis
O Bairro Quitandinha (do hotel)
Por essa época, lá, era frio e úmido
Choviam sapos do teto
Viviam invadindo a casa, aos saltos
Quando você olhava de frente pra o hotel
A casa ficava à direita
Se você estivesse de costas pra o hotel, à esquerda
A gente via as nuvens chegando
De frente
Era o “russo”
Invadia a casa inteira, trazia o céu junto
Por uns momentos, a gente morava dentro das nuvens
Éramos balões da Capadócia
Gordos e coloridos de agasalhos
Flutuávamos em sonhos
E ríamos das visitas
Iam embora invariavelmente depois do almoço
Não suportavam a altura, o recheio
a vida dos balões...


iBOOKSTORE

iBookestore
(Carlos Pedala)

Nem fui à janela
Olhar o dia lá fora
Fique imaginando coisas
Acontecidas em Santiago do Chile
E as calles inacreditavelmente limpas
fiquei em silêncios
Enviando pedidos de socorro
Engarrafados em bytes eletrônicos
Recebi também pedidos de socorro
Alguém sempre precisando de dinheiro
Infelizmente, nada poderia ser feito
Fiquei a imaginar eterna noite
À noite, a noite inteira, completa
Ficarei riquíssimo, comercializando
Nuvens na iBookstore... 

ANDORINHAS EM ALGUM LUGAR

Andorinhas em algum lugar
(Carlos Pedala)

A voz me chama no outro canto da casa
É voz conhecida
Num tom conhecido
Vou, esperando por alguma coisa boa
Em algum lugar
é alguma coisa de dentro da outra
alguma coisa
Poderia ser alguma coisa boa
Poder,  poderia
Só o frio é por toda parte, feito coisa outra
É bem mais difícil errar assim
Na infância, foi a frente fria assim: matou as andorinhas
As andorinhas mortas nunca mais voaram, nunca
Sinto alegria por já estarem mortas
a frente fria assim,
de novo as mataria
ficariam assim pra sempre mortas
como nunca... 

DILUIR EM NADA

Diluir em nada
(Carlos Pedala)

O mosquitinho tentando tocar seu violino
E eu a esmagá-lo sem piedade
Enquanto lá fora, os carros e potentes buzinas
E essas sirenes
E essas cigarras
Partindo o silêncio, sem respeito
Fechando as janelas do quarto
Reparo os armários mais escuros
E mesmo os barulhos
Têm outro sentido
Na penumbra, o barulho é metafísico
Porque envolto em camada de mistério
Sinônimo de escuro
Olhando o teto, penso em alguém a
Se diluir em nada... 

ABRIR E FECHAR PORTAS

Abrir e fechar portas
(Carlos Pedala)

essas coisas sempre acontecem
quando chove
(é ruim andar de bicicleta)
é o barulho da chuva
ouvidos do quarto
e a vontade de dormir junto, mais um pouco
é o friozinho a nos perseguir pela casa
no corretor, fica tomado de coragem
é bom de ler Alice Sant’anna
tem alguém socando latas lá fora
deve ser o porteiro, seu Manuel,
ele está há quarenta e dois anos na portaria
deve haver muita sabedoria nele
de socar latas
de abrir e fechar portas... 

quinta-feira, 30 de maio de 2013

ÚNICOS

Únicos
(Carlos Pedala)

Das coisas que não acontecem nunca
Não consigo me livrar delas
O tempo fechado
E a chuva a espreita
A barriga não deita

Daquilo que sempre dá errado
Por ser seu modo certo de ser
Do que não se aproveita
O tempo fechado
E a chuva a espreita

Ninguém nunca será mais do é
Do que sempre, até que seja
O recorde mundial
É sempre o próprio recorde mundial
O campeão e o troféu são únicos...


O ENGENHEIRO N° 2

O ENGENHEIRO Nº 2
(Marcus Vinícius Quiroga)

O engenheiro não sonha. Desenha
poemas à mesa do escritório.
As palavras têm as superfícies
evidentes. Quanto às profundezas
não são vistas por causa do pó.

Coisas simples ou como dizê-las,
isto diz respeito ao engenheiro:
pensa “jogo de tênis com rede”.
Metáforas como a feita acima
são um bom exemplo de didática.

Ele supõe ser Corbusier
e faz só palavras transparentes.
Sombra alguma se debruça sobre
o texto escorreito. Bem rente
à página, deita-se o sentido.

A leitura é de águas claras, rasas:
não há como se perder no fundo.
É bom que se faça uso de boia,
caso o texto esqueça a calmaria,

com a tempestade do simbólico. 

LETRA POR LETRA

Letra por letra
(Carlos Pedala)

De cabeça baixa
Digitando dados na ponta dos dedos
Milhões de desertos por dentro
Milhões de silêncios
E muito mais exércitos prontos
Tratados e vencidos

A vida tocada em troca de trocados
Os anos passando, os anos passados
Os exércitos preparados

É possível ter havido
É possível, sim, tenha entrado
É possível pela porta haver florescido o grito
Abafado, e amortecido grito
Atravessado grito no salão, dependurado grito
Alertando-nos do perigo

Não houvesse tempo de ouvi-lo
Ocupados demais estávamos
Ocupados em teclar letra por letra
Por horas e horas a fio...


quarta-feira, 29 de maio de 2013

CONTA DO GÁS

Conta do gás
(Carlos Pedala)

As ruas do Centro da Cidade do Rio de janeiro
Geralmente sujas
Imundas e inundadas de gentes
Tentam manter-se na superfície
Nos seus labirintos

Rua Buenos Aires, Rua do Ouvidor, Rua Gonçalves Dias
As casas de massagem oferecem amor
E aquilo que não se encontra nas ruas, na vida
É a mais antiga mercadoria de troca
E a mais perecível

Era deliciosa a comida
A carne derretia na boca
E da boca saiam palavras derretidas
O dono veio receber elogios, irresistíveis elogios

E reclamou do preço da conta do gás... 

terça-feira, 28 de maio de 2013

COISAS DISPONÍVEIS II

Coisas disponíveis II
(Carlos Pedala)

Perdi a manhã de domingo
acordei mais tarde do que ela
Brindáramos à noite numa festa
Rivotril
desligamos o mundo
o mundo dormiu
acobertando sonhos encobertos

são pequenas fugas
ilusões
só assim percebemos: bonitas
as prateleiras do Mercado Zona Sul
no domingo, pouco depois da manhã
as bocas não nos dão bom dia

Perdemos tempo
não estava disponível para venda
não obstante as coisas houvessem tantas

disponíveis... 

NOITE SEM GRAXA

Noite sem graxa
(Walter Benjamin)

Dois pés pretos:
Este era o quadro que afrontava
Talvez o grude não saísse
Com uma simples lavada,
Dessa que o cidadão comum
Faz para lavar o rosto
Mas os sapatos,
Os sapatos estavam prontos
Para enfeitar o dono e
alimentar, saciar parte da fome,
parte da sede, parte da vida.
Divertimento e aprendizado
De engraxate é ganhar o cliente, é...
Mas a luta dele
Orgulhava a índole
De um coração livre
Podia-se perceber,
Naquele menino,

A vontade de vencer.

ACIDENTE DE TRÂNSITO

Acidente de trânsito
(Carlos Pedala)


Para onde foi o dia de ontem
Sim, para aonde terá ido tudo o que passou
E se nós não nos virmos mais antes de morrer
É difícil conjugar o verbo haver
E o barulho das portas se abrindo

Na Zona Sul do Rio não há mais canto dos galos
Apenas o barulho dos carros
E o som daquele avião passando
E o pio do passarinho preso em gaiola
E as coisas ensimesmadas

Abrimos a janela, um pouco da manhã entra
O caminhão quer vir junto
Atravessar a sala do quinto andar
E nos atingir em cheio, melhor fechar as cortinas
Para evitar acidente de trânsito...


segunda-feira, 27 de maio de 2013

NÃO ADIANTA

Não adianta
(Carlos Pedala)

Não adianta
Não adianta tentar ficar se fazendo entender
Há tantos livros em cima da mesa
E nenhum deles nos interessa
As únicas coisas que nos identificam
São os barulhos dos carros
Dos ônibus trocando de marchas
Das motocicletas ensandecidas no meio da noite
E de novo os ônibus passando as marchas
E a vibração que eles deixam nos prédios
Nas louças e nos vidros das janelas
Algumas pessoas vieram pedir socorro
Iludido, tentei socorrê-las
Não adianta
O único lugar onde poderíamos nos sentir
Seguros é solida ilusão
Não há nenhuma garantia
Não adianta construir catedrais

Nem escrever poemas longos... 

PENSANDO NISSO

Pensando nisso
(Carlos Pedala)

Para a bicicleta no meio das pistas
Na Praia do Flamengo
Sente certo cansaço das coisas
Olha a velocidade do táxi e do amarelo
A roda da bicicleta hesita

Justamente nessa hora
Havia deixado um intervalo
De segurança entre ele e os carros
É um mundo feito de apitos e buzinas
De sirenes e de luzes ininterruptas

Faltava pouco pra chegar em casa
Deveria estar feliz por não ser atropelado
Por nenhum ônibus haver esmagado seu crânio
São as possibilidades de quem desafia o
Trânsito de bicicletas no meio dos carros

É claro que é triste falar dessas coisas
E quando não puder mais falar
Há quem diga:
não fará a menor diferença

nem é bom ficar pensando nisso... 

NO FACEBOOK

No Facebook
(Carlos Pedala)

Todo mundo é feliz no Facebook
É um espaço sem cheiros
Onde me mostro inteiro
Ali coloco tudo o que faço

Todo mundo é feliz no Facebook
Tenho tantos amigos maneiros
E é até fácil ganhar dinheiros
Discutimos coisas interessantes

Todo mundo é feliz no Facebook
Nem sei como vivi tanto tempo
Sem essa ferramenta vital
Onde ninguém se sente mal

Todo mundo é feliz no Facebook
Estamos a vida toda contentes
Mesmo os que nem vivem mais aqui
E tantas frases inteligentes

Todo mundo é feliz no Facebook
Em qualquer lugar do mundo
Devemos estar prontos a sorrir

Lá é onde ninguém saber mentir... 

domingo, 26 de maio de 2013

BRANCO DE CETIM

Branco de cetim
(Carlos Pedala) Para Paulo Langer


O mundo é tão colorido
E o casal de namorados
Andava de bicicleta
Em meio aos bordados

Mesmo nesse mundo lindo
Precisamos da sombra de uma árvore
Onde os frutos são colhidos
Quisera fosse sempre assim

Ele olhando pra ela
Ela olhando pra mim
Com passarinhos cantando ao fundo

E ainda ao fundo o pano branco de cetim...

DISPONÍVEIS

Disponíveis
(Calos Pedala)

Perdi a manhã de domingo
acordei mais tarde do que ela
Brindamos à noite numa festa
Rivotril
desligarmos o mundo
acobertando sonhos encobertos
são pequenas fugas
ilusões
só assim percebemos: são bonitas
as prateleiras do Mercado Zona Sul
embora as bocas não nos deem bom dia

Perdemos tempo
não estava disponível para venda
não obstante houvesse tantas coisas
disponíveis...


sábado, 25 de maio de 2013

FISIOLÓGICO

Fisiológico
(Carlos Pedala)

Inteiro
Integro
Completo
Cinzeiro  
Banheiro
Momento
Movimento
Água
Sabão
Banho
Limpo

Feliz... 

INCENSO E SONHOS

Incenso e sonhos
(Carolina Floare e Carlos Pedala)

Há o frio pousado no meio da sala
E todas as coisas inteiras de nada
Como se houvessem quebrado os ossos
E a fratura exposta fosse poesia
E o pensamento que era e não havia
E o que era não deveria ser
Não, não deveria ser

Estacionada a bicicleta de pneu vazio
Saudades da orla marinha
Em mais um sábado suave
no Bairro de Santa Teresa

De sol, incenso e sonhos... 

MULHER DE UM HOMEM SÓ

Mulher de um homem só
(Angélica Freitas)

Lá vem a mulher
de um homem só
só pela rua deserta
em sua bicicleta
sem bagageiro

está passando
a mulher de um homem só
só pela rua deserta
em sua bicicleta
sem bagageiro

acabou de passar
a mulher de um homem só
só pela rua deserta
em sua bicicleta
sem bagageiro


silêncio

MEL

Mel
(Tahisi Rodrigues)

Eu quero mel
de todos as cores
Sabores

Inocente
Incandescente
Ardente

Mel espalha doçura esbanjando gostosura!
A literatura é eterna... a vida é esmera!
Poetando o artista sonha... a alma encanta!


FALHAS

Falhas
(Carlos Pedala)

Vivia entre os barulhos que não se escutam
Cercado de amigos do Facebook
Pela manhã, quando sentia fome
Se recusava a buscar o pão
No Supermercado Pão-de-Açucar

De certo modo não havia nenhuma explicação
Nem sabia muito bem o que dizer
No elevador
Da dor
Do prazer

Existem variadíssimas formas de se viver
E apenas uma pra se morrer
Sonha em andar de bicicleta entre automóveis

E sente medo do que vão dizer...

sexta-feira, 24 de maio de 2013

DA FRENTE DELA

Da frente dela
(Carlos Pedala e Manohead Caricaturas)

Hoje a lua está gigantescamente bela
E eu não consigo vê-la
Por ser em mim extremamente triste
Ao entardecer das horas
As palavras caem. Cadentes estrelas

Hoje a lua está gigantescamente bela
E eu não consigo vê-la
Dentro desse apartamento lindo
Tento esquecê-la
Fecho o desespero, nem olho a janela

Hoje a lua está gigantescamente bela
E eu não consigo vê-la
Há as construções, os prédios, os remédios  
E o medo do entardecer das horas
Até que as nuvens desapareçam da frente dela

Hoje a lua está gigantescamente bela
E eu não consigo vê-la
Até que as nuvens desapareçam da frente dela...




A EGAS MONIZ

A Egas Moniz
(Fernando Pessoa)

Ainda há do teu sangue em minhas veias
E que pouco eu sou teu, longínquo avô!
Da tua alma leal que longe estou
E da inércia e da dúvida em que teias!

Tu tinhas, creio eu, poucas ideias
Mas seu ser natural tua alma achou,
E eu, que me sondo, nunca sei quem sou
E vivo as horas de incerteza cheias.

Qual mais nos vale – a inconsciência forte
Ou esta débil consciência fria
Que em nós pergunta qual o nosso norte –

Penélope interior que álacre fia
O aparente linho da sua sorte

E à noite anula o que fio de dia. 

DO AGORA

Do agora
(Carlos Pedala)

Se quero a eternidade
agora
quero-a apenas nesse instante
então,
porque não a queria antes
o que é então
que vai se embora
é justamente isso que quero agora

Se espero a felicidade
em próximo momento
por que não nesse momento
agora
por que deveria esperar
que esse instante
fosse embora,
e se é tão próximo de mim
como é que ele me foge assim,
para nunca mais voltar aqui,
e a felicidade vai com ele embora

o que é que posso esperar do agora?

A QUEDA

A queda
(Carlos Pedala)

Alguém jogou
o cão
pastor alemão
pela janela
certamente
esse alguém
queria
amortecer

a queda...

quinta-feira, 23 de maio de 2013

APENAS


Apenas
(Carlos Pedala)

Nem toda luz
quando em mim reluz
é luz
pode bem ser
falha
de pensamento
centelha
corrente
correnteza
dentro da escuridão
de mim
onde por vezes
às vezes
por vezes
apenas...  

CHEIRO FORTE


Cheiro forte
(Carlos Pedala)

O cheiro de café invade o espaço
Há dias bem mais difíceis
São mais esticados
Intermináveis
Exigem-se eternos

Aprendi a não olhar o relógio
nem ver as horas
nem pensar na morte
nem no que vem depois dela

É forte o café
Há discordância de pensamentos
discordo do que o outro pensa
do cheiro do café
segundos após ambos
Estarmos inteiramente mortos
Quem herdará tais diferenças

A moça trouxe cafeteira nova 
Ainda bem que nas fotografias
Do Facebook todos estamos sorrindo...

PROPRIEDADE


Propriedade
(Carlos Pedala)

Tudo
de melhor
que tenho
Tudo
de concreto
existir
em mim
é
sonho... 

quarta-feira, 22 de maio de 2013

PELA JANELA


Pela janela
(Carlos Pedala)

Agora há pouco, fui ao banheiro
Enquanto usava o mictório
Ouvi o sino badalar, pensei que
Ele havia soado três vezes,
Mas são quatro horas,
E quem haveria de ter limpado o banheiro
E pensado na distância ideal entre o mictório
E esse algo que emite a fala
Quem haveria de se preocupar com esse intervalo
Imaginei de onde seria a igreja que fez badalar o sino que badala agora
Lembrei da Igreja próximo do estacionamento da rua que o nome me fugiu agora
Poderia ser também da Igreja de São Jorge, ou de outra qualquer
Não faz diferença o badalar

Ao lavar as mãos,
Vi um pássaro voando pelas grades da janela
E o céu azul com nuvens
Lembrei de quantas vezes havia visto na vida o céu
Por entre janelas e grades e azuis e nuvens ...


FALA


Fala
(Carlos Pedala)

Fala é quando
alguma coisa escoa
da pedra
de uma pessoa
fala é matéria feita de sopro
daquilo que não é oco
e quando bate nas cordas
de um outro
arrebenta e ecoa
em outra pessoa
é pássaro que só voa
quem cala
cala e aprisiona
a fala na pedra de outra
pessoa... 

terça-feira, 21 de maio de 2013

TERNURA


Ternura
(Carlos Pedala)

Precisamos
manter
os
territórios
conquistados...

IMÃS


Imãs
(Carlos Pedala)

Ouço os rumores dos ônibus
Dá certo medo de abrir as janelas
É preciso fingir que nada nos afeta
Será que existem nuvens no deserto?
A parede nos impede de ver o horizonte
Antes de tudo
E o horizonte é onde irremediavelmente
A Terra e o Céu se debatem
Se as fotos forem mesmo verdadeiras
Além de azul
A Terra flutua amparada no nada
Nada
Lugar de ninguém
Envolta em campos magnéticos
Em rimas
Imagéticos imãs...


DESERTOS


Desertos
(Carlos Pedala)

Todo mundo tem seus desertos
Às vezes, eles descem no meio da rua
Nos tocando de modo muitíssimo profundo
Não é à toa que algumas pessoas ficam
Cheias de nada
A vida é assim mesmo, não há como se esconder
Dessas coisas
Meu pai denomina o fenômeno de complexo
Ele era estudado
Embora nunca conseguisse terminar o curso
De desenho
Teve que trabalhar bem cedo
Quando detectava alguém com esse problema
Dizia: - Fulano é cheio de complexos
Ele compreendia bem os outros
Os sonhos dele foram secando
A medida que entendia a vida... 

segunda-feira, 20 de maio de 2013

DE ACORDAR


De acordar
(Carlos Pedala)

Nem consigo mais dormir
Mas eu quero despertar
Quero saber aonde vai dar
Esse tempo de passar

Nem consigo mais dormir
Vivo assim feito zumbi
Sem hora pra sonhar
Sendo aqui qualquer lugar

Veja como é fácil repetir
Nem consigo mais dormir
A noite é o dia misturado
Está tudo embaralhado

Veja como é fácil repetir
Nem consigo mais dormir
O que é sonho ou fantasia?
O que é noite, o que é dia?

Nem consigo mais dormir
Não há como escapar
A única coisa que quero
É encontrar modo de acordar...