segunda-feira, 20 de agosto de 2012

LINGUAGEM E BIBICLETAS





Linguagem e bicicletas
(Carlos Pedala)

Há certo desprezo pelas bicicletas.
Procura-se a realidade por trás do ser das mesmas.
Tal qual nas palavras.
Como se elas não fossem a própria realidade em si.
Não há um mundo além das bicicletas ou da linguagem.
Não estamos cercados, estamos nelas, somos a linguagem como o ciclista é seu veículo. A ciência objetifica o ser das coisas. Mas a verdade é apenas aquilo que se revela, havendo sempre outras possibilidades.
Ao infinito, e um pouco mais além.

E se há metáfora nas bicicletas. A palavra trai ao traduzir o real. Assim, todo poema é metalinguagem.

O ser do homem navega na superfície das línguas.
O poeta submerge, afogando-se; vivendo e morrendo seu feliz tormento, dentro delas. 


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