Manhã de domingo
(Carlos Pedala)
Escuto alguém falar ao longe
e o frear do ônibus.
Domingo, cedo, as palavras
acordam mais tarde.
Nuvens demoram a tomar o rumo.
Apenas as cores dos atletas
atravessam
avenidas.
Uns esperam e gritam, ou
emitem sons
sem sentido.
Penso aonde andarão meus
mortos,
sinto saudades, em época de eleição,
eles fazem falta.
Da janela, avisto a baía de
Guanabara.
Ela não liga para nada e
reflete o brilho.
Tantos já passaram por aqui,
e a ciclovia
ainda está deserta.
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