domingo, 19 de agosto de 2012

MANHÃ DE DOMINGO




Manhã de domingo
(Carlos Pedala)

Escuto alguém falar ao longe
e o frear do ônibus.
Domingo, cedo, as palavras acordam mais tarde.

Nuvens demoram a tomar o rumo.
Apenas as cores dos atletas atravessam
avenidas.

Uns esperam e gritam, ou emitem sons
sem sentido.

Penso aonde andarão meus mortos,
sinto saudades, em época de eleição,
eles fazem falta.

Da janela, avisto a baía de Guanabara.
Ela não liga para nada e reflete o brilho.

Tantos já passaram por aqui, e a ciclovia
ainda está deserta. 

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