terça-feira, 14 de agosto de 2012

ROTINAS





Rotinas
(Carlos Pedala)

O barulho vem de fora e deduzo
as horas. Logo é dia, logo, momento
de despertar. Retomar a rotina do dia a dia,
enfrentar a pequena dor no braço, um mal
jeito. É hora de aprontar as bicicletas.

Primeiro, preciso de alimentos,
leio alguns poemas antigos.
É um compêndio ou algo parecido.
São “Cem poemas essências,” segundo
Carlos Figueiredo. Embora, veja
tantas ausências. Sei (Gullar me ensinou)
que a palavra não tem cheiro.

Ora, mas tudo tem dois lados. A grande,
a maior vantagem é que nenhum poema fede.
Assim, antes de pedalar, vou ao banheiro. 

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