sexta-feira, 21 de setembro de 2012

LAGOA RODRIGO DE FREITAS




Lagoa Rodrigo de Freitas
(Carlos Pedala)

Depois da chuva as ruas ficam limpas e secas.
O gato grita e o grito ecoa
nas janelas dos apartamentos da Lagoa.
O sabiá canta enquanto o dia se anuncia.
E o dia cheira a comum metafísica das coisas.
E tudo, sim. Todo o conjunto inteiro de tudo cabe
no infinitivo
um.
Um que há é o um do instante que já
não há e continua sendo sempre um, eternamente.
Como o giro da roda da bicicleta no entorno dela.
Mas uma dor nas costas me atormenta.
E afugenta pássaros e peixes para longe.
E o gato grita e o grito ecoa nas margens da Lagoa Rodrigo de Freitas. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário