Lagoa Rodrigo de Freitas
(Carlos Pedala)
Depois da chuva as ruas ficam
limpas e secas.
O gato grita e o grito ecoa
nas janelas dos apartamentos
da Lagoa.
O sabiá canta enquanto o dia
se anuncia.
E o dia cheira a comum metafísica das coisas.
E tudo, sim. Todo o conjunto
inteiro de tudo cabe
no infinitivo
um.
Um que há é o um do instante
que já
não há e continua sendo
sempre um, eternamente.
Como o giro da roda da
bicicleta no entorno dela.
Mas uma dor nas costas me
atormenta.
E afugenta pássaros e peixes para
longe.
E o gato grita e o grito ecoa
nas margens da Lagoa Rodrigo de Freitas.
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