sexta-feira, 7 de setembro de 2012

NO ELEVADOR




No elevador
(Carlos Pedala)

Por um instante, no elevador, subindo,
vislumbro os que por ali passaram
(prédio antigo): recém-nascidos,
novos casais, crianças da escola vindo.

Durante anos e anos, descendo e subindo.
As relações humanas se desenhando.
Desejos realizados em riso, frustações em
choro contido. Agora, só eu e a bicicleta.

Atravessamos andares e portas
Imaginando os sonhos, os gozos, as dores,
e os poetas que por ali passaram.

O tempo transcorrido deixou suas marcas:
rugas nas mulheres, tristeza nos homens, pó
nas paredes. Não, não vejo coisas nem escuto
vozes. Apenas o cheiro humano em tudo. 

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