No elevador
(Carlos Pedala)
Por um instante, no elevador,
subindo,
vislumbro os que por ali
passaram
(prédio antigo): recém-nascidos,
novos casais, crianças da escola vindo.
Durante anos e anos, descendo
e subindo.
As relações humanas se
desenhando.
Desejos realizados em riso, frustações
em
choro contido. Agora, só eu e
a bicicleta.
Atravessamos andares e portas
Imaginando os sonhos, os
gozos, as dores,
e os poetas que por ali
passaram.
O tempo transcorrido deixou
suas marcas:
rugas nas mulheres, tristeza
nos homens, pó
nas paredes. Não, não vejo
coisas nem escuto
vozes. Apenas o cheiro humano
em tudo.
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