sexta-feira, 26 de outubro de 2012

MORTE


Morte
(Carlos Pedala)

Por quanto venha em mim silêncio
acrescido de abismo
Gravitacionando tempo e o consumindo
Da forma de buraco negro
Emito palavras em preto
Ou melhor, meus dedos falam
Conceitos que desconheço, desde que são ditos
Soam de modo estranho
Como as bicicletas no trânsito do Centro
Como o absurdo da poesia posta no concreto
Ou o despropósito do beijo na boca
Onde as línguas se tocam em dialogo mudo
a sentir o gosto do falar do outro
E o gesto escorrega para o meio das pernas
Na erupção do gemido, do gozo, do grito; nascido pronto, feito morto. 

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