quinta-feira, 18 de outubro de 2012

POEIRAS





Poeiras
(Carlos Pedala)

plantas dentro de casa
bicicletas encostas nos muros.
A linguagem no jogo de linguagem.
Estacionado, aguardo verso que traduza
o imensurado, o destamanho, o medo.

Não há motivos para nada
Nem para tudo que cabe dentro da palavra.
Mesmo que nela nada ou coisa alguma caiba,
Sendo o nada inconcebível eternamente.
Feito poesia, feito porta fechada, feito coisa.

Desconfigurado, sem sentido,
São as linhas do que digo.
Lembranças daquele beijo, lembranças daquele gozo.
Enquanto a poeira pousa sobre os móveis da sala
Em outubro, no bairro do Flamengo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário