sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

NEBULOSO


Nebuloso
(Carlos Pedala) Para Violeta Parra

Eu não entendo nada, nada, nada
Desse grande mundo
E suas indefectíveis nuvens
Bem como daquele que se regozija com o pranto
Nem de qual matéria se faz o canto

Eu não entendo nada, nada, nada
Do segundo que morre e nasce a todo instante
Da dor que brota da necessidade
Do passar do tempo
Do avançar da idade

Eu não entendo nada, nada, nada
Da morte presente na vida
Da chegada, da partida
Das estrelas que já não existem mais
Brilhando no firmamento

Eu não entendo nada, nada, nada
Mas isso não é um lamento
É, na verdade, afirmação do espanto
Ilusão em que me encontro
Buscar ponto de partida, sem nunca chegar a tanto

Nenhum comentário:

Postar um comentário