sábado, 30 de março de 2013

AO CAIR DAS TARDES


Ao cair das tardes
(Carlos Pedala)

Na sala de estar, em frente à TV
Ouço histórias em japonês
Enquanto leio poemas
Publicados em folhas recicladas
De jornal de grande circulação

Lá fora, as palmeiras da Rua Paissandu
Espiam, aguardam, esperam

Lembro-me do verso que deixa
Sem queixa
Em aberto, o momento em que
Penso e tomo a decisão de
Deixar a sala.
(poderia ser o quarto)
Dou o exato primeiro passo
Em direção à porta de saída.

Há sempre o lapso de tempo
Entre o pensamento e a execução
Da ação.
O agir ou não tem sempre consequências.
É nesse livre arbítrio onde mora a liberdade
Em meio ao cair das tardes... 

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