sexta-feira, 15 de março de 2013

TÚMULO ABERTO


Túmulo aberto
(Carlos Pedala)

Por que é em mim
Essa conexão sem fim?
Por que onde havia poesia
Agora é essa terra úmida
Sem flores?

Restou o barulho dos carros
Bem como o bater do martelo
No concreto que resiste
Em ser no seu modo triste
De ser duro e elo

Finalmente, quando se abriu o túmulo
Havia apenas ossos e cabelos
No que fora pernas e braços
Nem um soluço dali saiu
E a palavra que ali habitava
Partiu

Curioso, olhei para os céus
Para ver se via ou ouvia
Mínimo rastro...

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