Não adianta
(Carlos Pedala)
Não adianta
Não adianta tentar ficar se
fazendo entender
Há tantos livros em cima da
mesa
E nenhum deles nos interessa
As únicas coisas que nos
identificam
São os barulhos dos carros
Dos ônibus trocando de
marchas
Das motocicletas ensandecidas
no meio da noite
E de novo os ônibus passando
as marchas
E a vibração que eles deixam
nos prédios
Nas louças e nos vidros das
janelas
Algumas pessoas vieram pedir
socorro
Iludido, tentei socorrê-las
Não adianta
O único lugar onde poderíamos
nos sentir
Seguros é solida ilusão
Não há nenhuma garantia
Não adianta construir
catedrais
Nem escrever poemas longos...
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