terça-feira, 15 de outubro de 2013

POEMA MALCRIADO

Poema malcriado
(Sylvia Ripper)

Um poema desandou
do lado esquerdo do sofá
tropeçou no abajur
quebrou o jogo de chá

Pendurou-se nas cortinas
da sala de jantar
derrubou a cristaleira
do bisavô Valdemar

Escorregou na cera
do chão da sala de estar
esqueceu a chave na porta
que o vento fez trancar

Agora ficou o poema
preso  fora no jardim
e branco, livre e desatinado
chutou seu último verso
e acabou sem fim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário