Poema
malcriado
(Sylvia
Ripper)
Um poema desandou
Um poema desandou
do lado esquerdo do sofá
tropeçou no abajur
quebrou o jogo de chá
Pendurou-se nas cortinas
da sala de jantar
derrubou a cristaleira
do bisavô Valdemar
Escorregou na cera
do chão da sala de estar
esqueceu a chave na porta
que o vento fez trancar
Agora ficou o poema
preso fora no jardim
e branco, livre e desatinado
chutou seu último verso
e acabou sem fim.
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