quinta-feira, 3 de julho de 2014

de madrugada
(Carlos Pedala)

quando a madrugada permite
acorda dentro dela
pra descrever palavras
tem como companheiros
os sons dos automóveis
que passeiam lá fora
a madrugada é assim
cheia de pressas
e indefectíveis aromas
(gasolina e óleo diesel)
todos os sons vão indo
vozes soltas, sem donos, perdidas
sumindo pra dentro dela
as motocicletas, os ônibus
dá pra distinguir
e dimensionar
o tamanho da escuridão
onipresente,
preste a nos engolir...


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