Canto
(Carlos Pedala)
Vejo, sem esboçar qualquer
gesto,
Alguém a varrer a casa.
As bicicletas estão paradas.
Exaustas
de andar pelo Centro da
cidade.
Hoje, é sexta-feira, pondero,
reflito,
espero.
Leio sobre os conflitos na
Síria e sobre
a escassez de chinelos.
Os filhos vão para escola e
para o trabalho.
A mulher tranca-se no quarto,
de certa forma,
refúgio do mundo.
O dia é claro, da janela,
avisto a entrada da Baía
de Guanabara, por onde outras
naus já passaram.
Quieto, aguardo os
acontecimentos em silêncio,
enquanto tramita o meu canto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário