sexta-feira, 24 de agosto de 2012

CANTO




Canto
(Carlos Pedala)

Vejo, sem esboçar qualquer gesto,
Alguém a varrer a casa.
As bicicletas estão paradas. Exaustas
de andar pelo Centro da cidade.

Hoje, é sexta-feira, pondero, reflito,
espero.

Leio sobre os conflitos na Síria e sobre
a escassez de chinelos.

Os filhos vão para escola e para o trabalho.
A mulher tranca-se no quarto, de certa forma,
refúgio do mundo.

O dia é claro, da janela, avisto a entrada da Baía
de Guanabara, por onde outras naus já passaram.

Quieto, aguardo os acontecimentos em silêncio,
enquanto tramita o meu canto. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário