quinta-feira, 23 de agosto de 2012

HIPOESTESIA


Hipoestesia
(Carlos Pedala) Para Sergio Ricardo

A madrugada,  antes do sol nascer,
é suave, é macia.
O passarinho canta como quem anuncia
a chegada do outro. Ele é só alegria.

O 474 trás o espanto de quem vê o dia
surgir por trás das montanhas do Rio de Janeiro.
Eu no meu canto brincando de tecer poesia
Mas não ouço o gritar do galo nem seu canto.
Aguço o sentido e espero dia após dia
o tal encanto, nada acontece.
Apenas um frio na espinha
e hipoestesia na mão esquerda ou no coração,
de tanto sentir a brisa vinda de dentro do oceano
ao andar de bicicleta
pela orla carioca. 

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