Hipoestesia
(Carlos Pedala) Para Sergio Ricardo
A madrugada, antes do sol nascer,
é suave, é macia.
O passarinho canta como quem
anuncia
a chegada do outro. Ele é só
alegria.
O 474 trás o espanto de quem
vê o dia
surgir por trás das montanhas
do Rio de Janeiro.
Eu no meu canto brincando de
tecer poesia
Mas não ouço o gritar do galo
nem seu canto.
Aguço o sentido e espero dia
após dia
o tal encanto, nada acontece.
Apenas um frio na espinha
e hipoestesia na mão esquerda
ou no coração,
de tanto sentir a brisa vinda
de dentro do oceano
ao andar de bicicleta
pela orla carioca.
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