segunda-feira, 17 de setembro de 2012

FORMIGA




Formiga
(Carlos Pedala)

O repetido piscar de olhos, as luzes acesas.
É noite, as plantas dentro dela em silêncio
esperam e a claridade me cega.
O silêncio empreguina-se nas coisas, cobertor invisível,
cobertor denso.
Incomodado, esmago formiga no canto da tela,
sem piedade, sem pensar em nada,
apenas o remoço por ser tão próximo dela.
E logo não é mais nada, além de restos.
A força que existia ali vai embora.
Agora, apenas mancha.
Agora, não mais esta.
Passarei um pano quando for
limpar a bicicleta,
passarei por ela quando em outras ciclovias. 

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